ITASAT2 irá atuar para aplicações científicas e de defesa
Publicado em 14/04/2025 - 14h15
O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) realizou, entre os dias 17 e 19 de março, a Revisão Preliminar de Projeto (PDR) do ITASAT 2, novo microssatélite em desenvolvimento por pesquisadores do Centro Espacial ITA (CEI). A atividade representa uma etapa importante dos estudos e contou com a presença de instituições parceiras, tanto do Brasil quanto do exterior.
Participaram do encontro representantes do ITA, do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), da Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), da Agência Espacial Brasileira (AEB), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), da FINEP, da Agência Espacial Americana (NASA), do Comando Sul dos Estados Unidos, do Naval Research Laboratory (NRL) e da Utah State University, instituição com a qual o ITA mantém uma parceria de duplo diploma de doutorado.
Com previsão de lançamento para os próximos anos, o ITASAT 2 será uma constelação de três cubesats, responsáveis pelo monitoramento da ionosfera terrestre, incluindo a avaliação da formação e do impacto de bolhas de plasma. Além disso, em uma aplicação voltada para o setor de defesa, o sistema permitirá a geolocalização de fontes de radiofrequência em solo e no mar, bem como a identificação óptica de embarcações não colaborativas.
“A PDR é um marco técnico e gerencial importante, pois indica a compreensão ampla dos objetivos do projeto e demonstra a capacidade da equipe em propor soluções e identificar riscos”, explica o Prof. Luís Eduardo Vergueiro Loures da Costa, gerente do ITASAT 2.
Para a execução dos estudos, são necessárias diferentes áreas da Engenharia, como mecânica orbital, controle, propulsão, estrutura, gerenciamento de bordo, térmica, entre outras. O resultado da revisão foi a aprovação unânime dessa etapa do projeto, com a autorização da comissão de revisão para o prosseguimento das atividades, uma vez que os aspectos técnicos e gerenciais foram considerados adequados.
Débora Santos, aluna de mestrado do ITA e membro da equipe responsável pelo ITASAT 2, avaliou a revisão de projeto como “extremamente produtiva, tanto para os revisores quanto para a equipe”. “As apresentações foram bem estruturadas e detalhadas, refletindo o esforço e a preparação de todo nosso time. Durante a revisão, foi possível observar o grau de maturidade necessário do projeto para avançar para a próxima fase, evidenciando o comprometimento e a competência de todos os envolvidos”, comentou.
CUBESATS
Os CubeSats são nano ou microssatélites estruturados em unidades cúbicas, em que cada uma possui 10 cm de lado, sendo esse o valor de 1U. No caso do ITASAT 2, por ser um CubeSat de 16U, ele é composto por dezesseis unidades cúbicas, cada uma com arestas de 10 cm.
Ao longo de sua história, o ITA já desenvolveu outros satélites, enviados ao espaço para pesquisa e capacitação de estudantes. Entre eles estão o ITASAT 1, lançado em 2018 e ainda operando na órbita terrestre, e o Scintillation Prediction Observations Research Task (SPORT), lançado em 2022.
Além do ITASAT 2, o CEI também está desenvolvendo o projeto SelenITA, um CubeSat que integrará a Missão Artemis, da NASA, com o objetivo de realizar estudos na Lua.
Fonte: ITA
Foto: ITA